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É Quinta -feira e “saltou-nos a tampa”

 

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“Tina’s wonderings” in Facebook

Há tempos, encontrei-me com uma amiga que me contava (um pouco envergonhada) que se tinha “passado” com um familiar.

Filosofamos um pouco sobre esta necessidade (contida mas que às tantas se torna incontrolável, se provocada) de extravasar as emoções; perdemos as estribeiras e as palavras saltam-nos da boca.

No fundo, é como uma panela de pressão, há que abrir a válvula e deixar sair o vapor porque senão rebenta.

Já diz o ditado “quem não se sente, não é boa gente” e “mostrar sentimentos não é sinal de fraqueza mas sim de força interior “.

Há muitas maneiras de libertar as pressões do dia a dia, há quem faça exercicio físico, há quem precise de falar e deitar “cá pra fora” e há quem escreva.

Foi assim que conheci a Beatriz Braga: num curso de escrita criativa online.

“Beatriz, a Feliz” pode bem ser o título do livro da vida desta aspirante a escrevente de mini-textos baseados em mini-aventuras que a vida até agora lhe trouxe! É na escrita que está a encontrar maneira de se ver livre de nuvens negras que a fizeram mais forte e mais livre do que nunca!

Fiquei logo curiosa pela forma como escreve; talento, sentido de humor e “sem papas na lingua “.

Escrita criativa e sincera.

Um dos últimos TPC consistia em criar um texto – com princípio, meio e fim – com treze frases e em que haja seis dois pontos. Sim?

Aqui partilho o seu texto:

“Às tantas escrevo é sobre aqueles filhos da puta.

Fui ver o mar – esse doutor inspirador -, pisei areia, aqueci ao sol, vi a lua cheia da varanda… Nada. Inspiração: zero, filhos da puta: 1.

Na verdade não há muito a dizer: vós sois uns filhos da puta e algum dia tinha que dizer isto.

Estou a brincar: já o disse montes de vezes! Era os senhores doutores a fazerem de mim gato-sapato (todo o santo dia, todo o santo minuto) e eu a injuriar a vossa mãe mentalmente. O ódio era mútuo, bem sei. A vontade de me porem dali p’ra fora era muita, mas não maior do que a minha de me pirar!

No dia em que finalmente me pirei, sonhei que me queriam contratar outra vez: – Foda-se, deus me livre! – Desculpem o linguajar, mas na altura aliviou. – Muito bem: aceito! Só tenho uma condição quanto ao nível de deferência a utilizar…

– Beatriz, traga-me um café! – Com certeza Sr. Filho da Puta, deseja com ou sem açúcar?”

E assim me despeço por hoje.

Faço votos para que todos nós tenhamos a coragem de refletir sobre o que nos vai na alma, senão a cabeça é que paga.

Um muito obrigada à Beatriz por aqui me ter permitido a partilha do seu texto.

Fico à espera que um dia publique um livro, para lhe pedir pessoalmente um autógrafo 😉

Obrigada à Valentina, da Tina’s wonderings  thank you so much for your drawing! Love them!

Beijinho

Sofia

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This blog talks about the island where I was born and live - Madeira, and my endless journey to discover the world until (one day, who knows) I get to visit Mars.

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